Reorganização da prática e qualificação das ações da APS para detecção precoce do câncer de boca

Resumo: Em 2020, foram estimados mais de 15.100 novos casos de câncer de boca no Brasil, com estimativa de 360 novos casos no Espírito
Santo. Apesar da Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer do SUS e dos avanços no tratamento e diagnóstico, estes
tumores continuam apresentando alta taxa de morbimortalidade, com elevados índices de recidiva e sobrevida de 50% em 5 anos.
Nossos estudos têm apontado o diagnóstico tardio como um dos principais responsáveis pela elevada morbimortalidade, sendo em
parte decorrente da dificuldade de acesso aos serviços de saúde e das limitações técnicas das equipes para realizarem o diagnóstico
precoce. Resultados preliminares analisando 1.829 indivíduos com câncer de cabeça e pescoço mostraram que aproximadamente
75% dos casos foram diagnosticados tardiamente. Estudos similares mostraram que as razões relacionadas ao diagnóstico tardio na
América do Sul são multifatoriais, incluindo aspectos relacionados a falta de conhecimento sobre os sinais e sintomas do câncer
bucal, tanto por parte dos profissionais da saúde quanto dos pacientes; falta de acesso ao sistema de saúde; escassez de
investimentos e fragmentação dos serviços de saúde. Além disso, a falta de suporte técnico laboratorial para realizar os exames
necessários para o diagnóstico pode atrasar o processo.
Sabe-se que as chances de cura aumentam com o diagnóstico precoce e com o acesso ao tratamento nos diversos níveis de atenção
à saúde. Assim, é fundamental elaborar estratégias para fortalecer o papel da Atenção Primária à Saúde (APS), tanto no diagnóstico
precoce, quanto no encaminhamento do paciente à atenção especializada. Quando a APS atua como Ordenadora da Rede e
Coordenadora do Cuidado, integrada às ações e serviços da Atenção Ambulatorial Especializada (AAE), observa-se o fortalecimento
das Redes de Atenção à Saúde, com estruturação dos serviços e aprimoramento e organização dos macroprocessos e microprocessos
da APS e AAE, respondendo às demandas e expectativas da população. Desta forma, para melhor planejamento das ações em saúde,
torna-se necessário identificar os fatores relacionados ao diagnóstico tardio.
Nossa equipe é pioneira em iniciativas para a detecção precoce do câncer de boca no Espírito Santo. Desde 2018, o grupo tem
trabalhado com o diagnóstico situacional do câncer de boca no Estado, e na elaboração de estratégias para ampliar a detecção
precoce, tendo sido contemplado com três editais no âmbito do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS 03/2018, 25/2018 e
09/2020). Dessa forma, em consonância com a Política Nacional de Saúde Bucal e visando contribuir com as ações da Secretaria de
Estado da Saúde do Espírito Santo, a qual tem adotado um conjunto de políticas de inovação em saúde, investindo na qualificação e
modernização das práticas de cuidado da rede própria e no apoio aos municípios, esta proposta tem como objetivo identificar, nos
diferentes níveis de atenção à saúde, os gargalos associados ao diagnóstico tardio e seus impactos econômicos nos SUS. A partir
destas informações iremos trabalhar na reorganização da prática e na qualificação das ações e serviços oferecidos pela APS com foco
na detecção precoce do câncer de boca, reunindo uma série de ações voltadas para a capacitação dos profissionais que atuam na
APS e a criação de rede de apoio matricial que garanta a efetividade do diagnóstico e o acesso dos indivíduos do grupos de risco à
atenção em saúde bucal.

Data de início: 29/12/2023
Prazo (meses): 18

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Doutorado CAMILA BATISTA DANIEL
Aluno Doutorado JÉSSICA GRAÇA SANT`ANNA
Aluno Mestrado REBECA RAINE DOS SANTOS LOPES
Coordenador SANDRA LÚCIA VENTORIN VON ZEIDLER
Pesquisador WILLENE DOS SANTOS MACHADO ZORZANELI
Acesso à informação
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