ASSOCIAÇÃO DA METILAÇÃO DOS GENES NR3C1 E BDNF COM OS NÍVEIS DE GLICOSE E RESISTÊNCIA À INSULINA EM ADULTOS ATENDIDOS PELO SUS
Nome: MARCELE LORENTZ MATTOS DE SOUZA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 23/02/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA | Orientador |
FLAVIA IMBROISI VALLE ERRERA | Examinador Interno |
JOSÉ LUIZ MARQUES ROCHA | Examinador Externo |
LIDIA MARIA REBOLHO BATISTA ARANTES | Examinador Externo |
MARCO CESAR CUNEGUNDES GUIMARÃES | Examinador Interno |
Resumo: A glicemia elevada e a resistência à insulina são condições de alto risco para mortalidade e contribuem para o desenvolvimento do diabetes mellitus tipo II (DM2). Pesquisas recentes também têm associado o surgimento da DM2 a alterações epigenéticas. Estudos sobre modificações epigenéticas relacionadas à metilação do gene do receptor do glicocorticóide NR3C1 se concentram em estresse psicossocial. Não há estudos sobre a associação entre modificações epigenéticas do gene NR3C1 e DM2, especialmente relacionados a níveis de glicose e resistência à insulina. Em contrapartida, pesquisas têm evidenciado a associação dos níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) em pacientes com DM2. O presente estudo teve como objetivo analisar a relação dos níveis de glicose e resistência à insulina com alterações nos níveis de metilação dos genes NR3C1 e BDNF em indivíduos adultos. Esse estudo incluiu 375 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre 20-59 anos, e avaliou o status socioeconômico, estilo de vida, dados antropométricos, níveis de glicemia, resistência à insulina e avaliação da metilação do DNA dos genes NR3C1 e BDNF. Fatores associados aos níveis de glicose e resistência à insulina foram investigados por meio de análise multivariada GLzM com significância de 5% (p<0,05). Nossos resultados mostraram que os níveis de glicose e resistência à insulina foram diretamente relacionados à idade e à metilação do gene NR3C1 e indiretamente relacionados ao sobrepeso e obesidade e ao consumo de tabaco. Em relação ao gene BDNF, nossos resultados mostraram uma relação positiva entre a metilação do gene e os níveis de glicose e resistência à insulina, enquanto o não sobrepeso e obesidade foram inversamente relacionados à glicemia e resistência à insulina. Hábitos e estilo de vida podem alterar a regulação de genes por meio da metilação do DNA, mostrando a complexidade dos impactos ambientais na metilação dos genes NR3C1 e BDNF. Esses dados contribuem para uma melhor compreensão da fisiopatologia e diagnóstico de doenças metabólicas, envolvendo os genes NR3C1 e BDNF. Por fim, fatores de risco associados devem ser levados em consideração em estudos epigenéticos por interferir diretamente nos níveis de glicemia e resistência à insulina.