EFEITO do Açaí Juçara no Desenvolvimento Tumoral:
análise no Número de Focos de Criptas Aberrantes,
lesões e da Expressão de Sod1, Gpx e Ogg1 em Modelo
experimental de Carcinogênese Colorretal
Nome: CINTHIA VIDAL MONTEIRO DA SILVA COUTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 09/09/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA | Orientador |
FLAVIA IMBROISI VALLE ERRERA | Examinador Externo |
LEONARDO OLIVEIRA TRIVILIN | Coorientador |
MARCELO DOS SANTOS | Examinador Externo |
MARIA APARECIDA DA SILVA | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: O Açaí Juçara (Euterpe edulis Martius) é uma palmeira nativa da Mata Atlântica que
pertence à família Arecaceae. Ela produz pequenos frutos que possuem alto valor
energético e consideráveis níveis de compostos antioxidantes, como as
antocianinas. O Câncer Colorretal é uma doença de estilo de vida, desta forma,
uma dieta rica em antioxidantes auxilia na sua prevenção ativando vias de
citoproteção e a resposta celular antioxidante por meio da indução da transcrição de
diversos genes. Assim, o objetivo deste projeto foi avaliar o efeito da suplementação
do Juçara, na forma de suco e extrato liofilizado, no processo de desenvolvimento
tumoral por meio da contagem de focos de criptas aberrantes (FCA) e análise da
expressão dos genes SOD1, GPx e OGG1, das vias de estresse oxidativo e reparo
do DNA, em ratos induzidos à carcinogênese colorretal. Para tanto, foram utilizados
38 ratos Wistar, 10 com intestino saudável como controle negativo DMH-/Juçara- e
os 28 na qual foram induzidos à tumorigênese colorretal com 1,2dimetilhidrazina
(DMH) e divididos em 3 grupos, Grupo induzido a carcinogênese (DMH+/Juçara-),
contendo 12 animais, Grupo suplementado com o suco do Juçara (DMH+/Juçara+),
com 10 animais, Grupo suplementado com o extrato do Juçara (DMH+/Extract),
contendo 6 animais. A suplementação com suco e extrato liofilizado ocorreu três
vezes por semana por gavagem, até completarem as 23 semanas. Na 10ª semana,
quatro animais do grupo DMH-/Juçara-, DMH+/Juçara- e DMH+/Juçara+ e dois
animais do grupo DMH+/Extract foram eutanasiados para análise das lesões préneoplásicas. E, na 23ª semana o demais animais de todos os grupos foram
eutanasiados para a retirada das lesões maiores que 0,1 centímetros, que foram
fixadas, processadas histologicamente e coradas com hematoxilina-eosina para
diagnóstico. As lesões classificadas como Adenocarcinoma Tubular foram
submetidas à Imunohistoquímica para as proteínas SOD1, GPx e OGG1. O grupo
DMH+/Juçara+ apresentou redução significativa (p=0,0054) no número total de FCA
na mucosa colorretal de ratos induzidos à carcinogênese, quando comparado ao
grupo DMH+/Juçara-. Da mesma forma, análise considerando focos iguais ou
inferiores a 3 criptas (p=0,0381) e superiores a 3 criptas (p=0,0024) também
apresentaram redução no número de FCA do grupo DMH+/Juçara+ quando
comparado ao grupo DMH+/Juçara-. Quanto à análise da expressão das enzimas de
estresse oxidativo, o grupo DMH+/Extract apresentou menor expressão de SOD1
comparado ao grupo DMH+/Juçara- no infiltrado inflamatório intratumoral (p = 0,012)
e nas células tumorais (p=0,022). Além disso, o grupo DMH+/Juçara+ apresentou
uma expressão de GPx significativamente maior (p<0,019) do que o mostrado no
grupo DMH+/Juçara- nas células do infiltrado inflamatório intratumoral. Por outro
lado, não houve diferença significativa entre a expressão de OGG1, tanto no
infiltrado inflamatório intratumoral quanto nas células tumorais (p=0,102). Observouse neste experimento que o açaí Juçara pode ser um aliado na prevenção nos
estágios iniciais do câncer colorretal, visto a redução do número de FCA no epitélio
do cólon e ainda que as espécies reativas de oxigênio geradas após a administração
de DMH foram efetivamente eliminadas pelo tratamento com suplementação de
Juçara, aliviando o estresse oxidativo.