Resposta dos Microrganismos a Alta Pressão Hidrostática
Resumo: As bactérias redutoras de sulfato são microrganismos onipresentes em sistemas industriais, e são os principais responsáveis pela corrosão microbiologicamente influenciada (MIC). Esse tipo de corrosão constitui um problema desafiador na indústria do petróleo e gás, sendo responsável por perdas por volta de 20 % da produção usada na reposição da tubulação (KOCH et al., 2014; JAVAHERDASHTI, 2016). Esse tipo de problema se torna mais evidente na indústria de petróleo que utiliza o bombeamento de água do mar em poços injetores, visando garantir pressões adequadas e ajudar a empurrar o petróleo para os poços produtores (JIA et al., 2017). Porém a injeção de água acaba por fornecer nutrientes, principalmente sulfato que é inserido nos reservatórios permitindo, assim, o crescimento de bactérias indesejáveis como as redutoras de sulfato (VOORDOUW, 2011).
A injeção de água do mar ameniza essas condições, além de diluir os compostos orgânicos em solução na água que convive com o petróleo no interior dos poros da rocha. Entre esses compostos, há os que podem servir como fontes de carbono para as BRSs (em especial, os ácidos orgânicos de cadeia curta - em inglês, VFA: Volatile Fatty Acids) (GRIGORYAN et al., 2008), mas outros atuam no sentido contrário, inibindo a atividade das BRSs (fenóis, por exemplo) (MORT; DEAN-ROS, 1994). Além disso, os fluidos nativos dos reservatórios de petróleo frequentemente não contêm H2S, até porque algumas de suas condições originais (alta temperatura, salinidade e baixo teor de sulfato) não são propícias à atividade das bactérias redutoras de sulfato - BRSs. A previsão dos níveis esperados de sulfeto de Hidrogênio (H2S) é um fator importante para a determinação da vida produtiva do campo, pois sua produção e emissão de hidrogênio é conhecida por ser a principal causa de corrosão. Fluidos e gases ricos em H2S corroem o ferro dos dutos, e as empresas de petróleo e gás tentam manter as concentrações de sulfeto tão baixas quanto possível para garantir a integridade dos dutos (VOORDOUW, 2011).
Por outro lado, a atividade das BRSs tende a ser favorecida nas regiões do reservatório mais próximas aos poços injetores, que são as mais impactadas pela injeção de água do mar. O conhecimento das interações bacterianas é crucial para avaliação e gerenciamento de problemas de larga escala em campos petrolíferos. Dentre os fatores que podem ter efeitos sobre a viabilidade da atividade das BRS: trata-se da pressão, que a injeção faz aumentar significativamente nessas regiões. Em reservatórios nos quais a pressão inicial é particularmente alta (no pré-sal, por exemplo, a pressão original é superior a 50 MPa), esse fator pode ser decisivo para a sobrevivência bacteriana e interferência na capacidade de redução de sulfato.
Data de início: 01/03/2020
Prazo (meses): 48
Participantes:
Papel | Nome |
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Aluno Doutorado | LUÍZA FAVARATTO SANTOS |
Coordenador | ALEXANDRE MARTINS COSTA SANTOS |
Pesquisador | ANTONIO ALBERTO RIBEIRO FERNANDES |
Vice-Coordenador | PATRICIA MACHADO BUENO FERNANDES (M/D) |