"AVALIAÇÃO DO MESOCARPO DE COCO, DESCARTADO NO MUNICÍPIO DE GUARAPARI-ES, COMO AGENTE REMOVEDOR DE VERMELHO CONGO E PARACETAMOL DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO"

Nome: DANIELE CAZONI BALTHAZAR COSTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/04/2011

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JOSELITO NARDY RIBEIRO Orientador

Resumo: RESUMO
Devido à acentuada urbanização e progressiva industrialização, além do crescimento populacional desordenado, diferentes contaminantes químicos vem sendo detectados em águas de superfície, estações de tratamento de esgoto (ETE), e em águas de abastecimento. Diante disso, diversas metodologias vem sendo desenvolvidas para garantir a remoção efetiva destes contaminantes durante os processos de purificação nas estações de tratamento de água (ETA) a fim de impedir uma posterior contaminação de águas de abastecimento. Os corantes têxteis detectados constamente em efluentes aquáticos, quando dispostos nos recursos hídricos, apresentam propriedades tóxicas, carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas, como é o caso do vermelho congo (VC). Além dos corantes, os fármacos e seus metabólitos, apresentam elevada toxicidade aos organismos vivos e seres humanos, pois continuam ativos no meio ambiente aquático. O paracetamol, em particular, dá origem a um metabólito ativo extremamente hepatotóxico e nefrotóxico. Devido à sua utilização indiscriminada, é frequentemente detectado em efluentes aquáticos. Contudo, os processos de descontaminação utilizados não são suficientes para a remoção destes contaminantes. A adsorção vem se tornando um método eficaz, de baixo custo e capaz de remover diferentes contaminantes. No entanto, o adsorvente mais utilizado atualmente é o carvão ativado, que apesar de apresentar satisfatória capacidade adsortiva para a maioria dos poluentes químicos, apresenta um elevado custo de obtenção e processo. Diante disso, adsorventes naturais, de baixo custo, chamados bioadsorventes, vem sendo estudados para a remoção de contaminantes aquáticos. Desta maneira, a utilização de bioadsorventes além de resultar em um processo de remoção de baixo custo, reduz o impacto ambiental causado pela disposição inadequada destes materiais, geralmente resíduos agroindustriais, no meio ambiente. No Brasil, um dos resíduos agroindustriais mais abundantes, principalmente no litoral, é o coco verde.
Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do mesocarpo de coco (MC) em remover o corante têxtil vermelho congo e o fármaco paracetamol presentes em soluções aquosas, a fim de avaliar a possibilidade de utilização futura como bioadsorvente nas ETA. Além disso, foi realizada a comparação da eficiência do mesocarpo de coco e do carvão ativado. O mesocarpo de coco, passou por tratamento com HCl 1 mol/L e com H2O2 0,2 mol/L para ser avaliado em relação à remoção de paracetamol. Posteriormente, foram realizados procedimentos de caracterização física por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e química por infravermelho (IV). Logo, alguns parâmetros como pH, tempo de agitação, massa e concentração do adsorvente, foram variados no estudo de adsorção em Leito sob agitação (LSA) para verificar a influência destes no processo adsortivo (PA). Com a mesma finalidade, parâmetros como massa e concentração, foram variados também no estudo de adsorção em Leito fixo (LF) de ambos contaminantes. Em seguida, foram determinadas as Capacidades Máximas Adsortivas (CMAs) do MC em relação ao vermelho congo e ao paracetamol em LSA e LF, de acordo com o modelo matemático de Langmuir.
Os resultados obtidos demonstram uma maior CMA do MC em relação ao VC em LSA (CMA= 11562 g/g) quando comparado ao LF (CMA= 1380 g/g). No caso da remoção de Paracetamol, o MC tratado com H2O2 0,2 mol/L mostrou-se mais eficiente em LSA (CMA= 360 g/g) em relação ao LF (CMA= 127 g/g), o que não ocorreu com o MC tratado com HCl 1 mol/L que apresentou uma CMA em LSA (885 g/g) inferior ao LF (CMA= 1066 g/g). A CMA obtida para a remoção de paracetamol no CA, realizada para fim de comparação, constatou que a capacidade de remoção do MC tratado com HCl 1 mol/L em LF, se aproxima da CMA do carvão ativado em LF (1533 g/g) que simula a fase estacionária da ETA. Tal fato, demonstra boas perspectivas para estudos de adsorção com mesocarpo de coco.

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