O Papel dos Polimorfismos Pvuii e Xbai do Gene do Receptor Alfa do Estrogênio em Aspectos Reprodutivos Femininos
silvana Pereira Lanes

Nome: SILVANIA PEREIRA LANES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/09/2010
Orientador:

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LETICIA BATISTA AZEVEDO RANGEL Orientador

Banca:

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LETICIA BATISTA AZEVEDO RANGEL Orientador

Resumo: O PAPEL DOS POLIMORFISMOS PvuII E XbaI DO GENE DO RECEPTOR ALFA DO ESTROGÊNIO EM ASPECTOS REPRODUTIVOS FEMININOS
SILVANA PEREIRA LANES
Menarca e menopausa são eventos marcantes que determinam o período de vida fértil das mulheres. Neste contexto, as idades da menarca e menopausa são parâmetros importantes para a capacidade de reprodução das mulheres, de modo que é clinicamente importante identificar fatores que influenciam o tempo do ciclo menstrual (RODGERS et al., 2001; CHRISTENSEN, 2003). Estudos epidemiológicos já demonstraram que o início precoce da menopausa está relacionada com maior risco de doenças cardiovasculares (VAN DER SCHOUW et al., 1996) a osteoporose (FALCH; SANDVIK, 1990), a obesidade (WASSERMAN et al., 2004), a depressão (HARLOW et al., 2004) e câncer de ovário (CRAMER, 1990). Por outro lado, sabe-se que a menopausa tardia aumenta o risco de cancro do endométrio e câncer de mama (SWAN, 1997).
A fertilidade humana e a regulação do ciclo menstrual são determinados por interações entre fatores genéticos e ambientais. Estudos realizados em gêmeos idênticos revelou que os fatores genéticos representam o componente mais significativo da fertilidade humana (RODGERS et al., 2001; CHRISTENSEN, 2003). Nestes estudos, aspectos mais importantes da fertilidade das mulheres, como a idade da primeira concepção, o tempo de espera para primeira gravidez, número de filhos foram utilizados para estabelecer a preponderância de fatores genéticos na questão (RODGERS et al., 2001; CHRISTENSEN, 2003). No entanto, os fatores genéticos foram mostrados para contribuir significativamente para o sincronismo de início e cessação do ciclo menstrual (MEYER et al., 1991; KAPRIO et al., 1995), e também foi afirmado que a contribuição genética pode ser mais importante do que os efeitos ambientais, mas os genes específicos envolvidos neste evento não estão bem definidos (VAN DEN AKKER et al., 1987; TRELOAR; MARTIN, 1990).
É sabido que os hormônios sexuais desempenham um papel fundamental na reprodução humana (BARBIERI, 2008). O estrogênio age sobre receptores de estrógeno intracelulares (ER) e duas isoformas principais da ER humanos têm sido descritos: ERα codificada por gene ESR1 localizado no cromossomo 6q25.1, e ERβ, codificada pelo gene ESR2, localizado no cromossomo 14q22-24 (MENASCE et al., 2003; ENMARK et al., 1997). Vários sítios polimórficos foram documentados no gene ESR1 humano, e é hipotetizado que estas variações genéticas podem influenciar a ação do estrogênio sobre processos fisiológicos. Entre os polimorfismos no gene ESR1 mais estudados estão os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) -397T> C e -351A> G (GENNARI et al., 2005), também conhecidos pelo nome das enzimas de restrição utilizadas para a sua detecção, PvuII e XbaI, respectivamente (PETER et al., 2005). Estes polimorfismos estão localizados no primeiro intron do gene ERS1 e já foram associados a vários aspectos da senescência das mulheres, como a incidência de osteoporose (GENNARI et al., 2005), da câncer de mama (DUNNING et al., 1999) e do câncer ovariano (DELORT et al., 2008), e também a aspectos reprodutivos, como incidência de pré-eclâmpsia e de abortos (CORBO et al., 2007; MOLVAREC et al., 2007).
Para entender melhor a associação dos SNPs PvuII e XbaI com aspectos reprodutivos das mulheres e com o ciclo menstrual, analisamos a freqüência de SNPs em uma população de mulheres na pós-menopausa, associando-a com as informações reprodutivas das mulheres voluntárias - tais como o número de gestações, número de filhos, abortos, idade da menarca e menopausa. Concluímos que agrupando a população estudada quanto à combinação dos SNPs PvuII e XbaI, observamos que o único genótipo combinado que foi associado de maneira estatisticamente relevante à ocorrência de aborto foi ppxx (Tabela 7, X2 p<0,05). Nesse contexto, a taxa de aborto para o genótipo foi de 50%, sendo que para as outras combinações tal valor não alcançou 35%. O cálculo do odds ratio (OD) mostrou um risco cerca de 10 vezes maior de ocorrência (Intervalo de confiança de 95% entre 1,63 e 51,67) de aborto em mulheres com esse genótipo referido.

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