EFEITOS DO ESTROGÊNIO E DA VITAMINA K NO METABOLISMO ÓSSEO DE CAMUNDONGOS

Nome: OLÍVIA DO ROSÁRIO SOARES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/07/2010

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
IAN VICTOR SILVA Orientador

Resumo: O osso é um tecido dinâmico em constante renovação, cuja integridade depende do equilíbrio entre processos de formação e reabsorção óssea. A perda da função ovariana na menopausa é o fator mais importante para o desenvolvimento da osteoporose, uma vez que reduzida à produção dos hormônios sexuais a massa óssea da mulher diminui rapidamente nos primeiros 10 anos devido à menor quantidade de osso formado e maior quantidade de osso reabsorvido. O estrogênio atua na remodelação óssea, porém por mecanismos ainda não totalmente elucidados. A vitamina K (VK), por sua vez, tem sido sugerida como agente potencialmente benéfico na manutenção da densidade mineral óssea (DMO) a longo prazo, visto que ela age como um cofator na biotransformação de proteínas importantes na formação óssea, conferindo-lhes a capacidade de se ligarem ao cálcio. Baseado nos dados citados, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do estrogênio e da vitamina K3 no metabolismo ósseo utilizando um modelo animal para osteoporose pós-menopausa induzida por ovariectomia (OVX) bilateral. Para tanto, vinte camundongos fêmeas, crescidos até 6 meses de vida foram divididos em quatro grupos contendo cinco animais cada. Metade dos animais foi submetida à ovariectomia bilateral (grupo OVX) e o restante, a cirurgia SHAM ou falsa ovariectomia, para simulação do estresse cirúrgico (grupo SHAM). Durante 84 dias, os animais dos grupos SHAM controle (SHAM CTRL) e OVX controle (OVX CTRL) receberam água e ração ad libitum enquanto os animais dos grupos SHAM VK e OVX VK foram tratados com VK na concentração de 4,2 g/L. Todos os animais foram analisados por densitometria de absorbância dual de raio X (DXA) periodicamente. Além disso, os animais foram colocados em gaiolas metabólicas para obtenção da urina de 24 horas. Posteriormente, os camundongos foram sacrificados para coleta do sangue, do útero e dos fêmures para análises subseqüentes. A avaliação do peso úmido dos úteros (OVX 0,006 ± 0,0004 vs. SHAM 0,071 ± 0,005, n=10 p<0,0001) e da espessura do endométrio (SHAM 336,04 ± 24,04 vs. OVX 164,60 ± 17,78, n=10 p<0,0001) mostrou que houve uma involução do útero devido à deficiência do estrogênio. Animais OVX CTRL apresentaram uma DMO menor que os animais SHAM CTRL (p<0,05), enquanto que no grupo OVX VK, a DMO aumentou em relação ao grupo OVX CTRL, porém esse dado não foi estatisticamente significante (p=0,11). Esse resultado sugere que os animais OVX são acometidos por uma perda óssea devido à deficiência de estrogênio e que esse quadro tende a ser convertido após o tratamento com VK. Apesar disso, a análise morfométrica da espessura do osso compacto não foi estatisticamente significante entre os grupos estudados. A fosfatase alcalina sérica foi significantemente maior nos animais do grupo SHAM CTRL (14,499 ± 0,758, n=5) que nos grupos OVX CTRL (9,749 ± 1,412, n=5) e OVX VK3 (10,465 ± 0,927, n=5) (p<0,05), indicando que nos animais OVX há menor formação óssea e que o tratamento com VK, nesses animais, tende a aumentar a fosfatase alcalina. Ademais, a excreção da deoxipiridinolina/creatinina (DPD/Creatinina), um marcador de reabsorção óssea, foi maior no grupo OVX CTRL (103,0 ± 7,858, n=3) que nos grupos SHAM CTRL (45,09 ± 7,858, n=3) e SHAM VK (37,88 ± 5,418, n=3) (p<0,05), indicando um aumento da reabsorção óssea nos animais OVX. Portanto, conclui-se que, neste estudo, apesar da alta concentração de VK3 não produzir nenhum efeito consistente na ovariectomia induzindo perda óssea, os resultados encontrados sugerem que a VK possa contribuir para a desaceleração da perda óssea nos animais OVX, os quais possuem uma diminuição de DMO causada pela deficiência de estrogênio.

Palavraschave: Vitamina K, estrogênio e osteoporose.

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