Avaliação das Respostas ao Estresse Celular no Câncer do Sistema Nervoso Central relacionadas à Variação de Ploidia
Nome: MATHEUS CORREIA CASOTTI
Data de publicação: 26/02/2025
Banca:
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Papel |
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DANIEL CLAUDIO DE OLIVEIRA GOMES | Examinador Interno |
DEBORA DUMMER MEIRA | Presidente |
IURI DRUMOND LOURO | Coorientador |
VIVALDO MOURA NETO | Examinador Externo |
Resumo: Dentre os cânceres mais incidentes, o do sistema nervoso central (CSNC) é a décima segunda, representando, 11.490 novos casos estimados anualmente no Brasil. Muitos obstáculos impedem o sucesso dos cuidados oncológicos no CSNC, como a complexa relação da instabilidade genômica e cromossômica frente à indução de resistência tumoral e metástases. Neste contexto, investigou-se como a variação de ploidia afeta a resposta tumoral, especialmente em gliomas, com ênfase nas células poliploides/multinucleadas cancerígenas gigantes (PGCCs/MNGCs). Para tanto, o objetivo principal foi elucidar os mecanismos de estresse terapêutico que favorecem a plasticidade tumoral e identificar biomarcadores prognósticos potenciais, utilizando uma abordagem integrada de biologia computacional ao estudo translacional por patologia digital. Para tal proposta, incluíram-se análises in silico de redes de interação proteína-proteína usando ferramentas como STRING e Cytoscape (realizando avaliações topológica e funcionais por meio dos aplicativos MCODE, stringApp e Cytohubba), ensaios in vitro com células U87 tratadas com temozolomida (feito por meio de um rastreamento de célula única com análises de biomagens microscópicas) e estudo translacional de amostras histológicas obtidas de pacientes com tumores do sistema nervoso central do Hospital Estadual
Central/iNOVACapixaba, sendo analisadas pelo programa QuPath. Os resultados destacaram principais biomarcadores identificados pelas vias de sinalização como EGFR/RAS/MAPK, PI3K/mTOR e STAT3, sustentando resiliência metabólica e invasividade das PGCCs/MNGCs. Além disso, mutações em IDH, alterações no metabolismo lipídico e glicólise aeróbica, autofagia, proteínas como cofilina, fascin-1 e tropomiosinas, instabilidade genômica e os transportadores ABC apontaram impacto sobre quimiorresistência e progressão tumoral. Para histomorfometria evidenciaram a distribuição de células com núcleos gigantes em diferentes subtipos tumorais, com predomínio em Metástase/Invasão (31%), Meningioma Grau I (28%) e Schwannoma (27%). Foi constatada baixa prevalência de núcleos gigantes em tumores como Ependimoma Grau II (7%) e GB/Astrocitoma Grau IV (3%), reforçando a heterogeneidade morfológica já descrita na literatura. E a estatística indicou
normalidade nos valores de área (p=0.759) e homogeneidade das variâncias (p=0.367), enquanto o Teste de ANOVA revelou diferenças significativas na área entre os grupos tumorais (p=0.032), com destaque para a diferença estatisticamente
significativa entre GB/Astrocitoma Grau IV e Metástase/Invasão, validada pelo Teste de Tukey HSD (p=0.017). E tendo Schwannoma com alta variabilidade na área nuclear (CV=12,92%), indicando diversidade estrutural. Assim, confirmaram-se
possíveis correlações entre variação de ploidia e progressão tumoral, além de identificá-las como potenciais biomarcadores para prognósticos ou fatores prognósticos mais precisos. Concluiu-se que a integração de métodos computacionais, laboratoriais e análises histológicas permite avançar na personalização de terapias antitumorais, reforçando a importância de estratégias adaptativas no manejo de CSNC, em especial aos gliomas. Este trabalho contribui significativamente para a biotecnologia e abre perspectivas para novas abordagens terapêuticas baseadas na dinâmica de PGCCs/MNGCs. Ademais, proporcionou um avanço profissional perante às diversas produções, sendo elas: bibliográficas (71 no total), técnicas e de extensão (4 cursos ministrados), eventos (7, sendo 3 internacionais - Espanha, NASA/EUA, Houston/EUA) e estágio técnico-científico (Portugal - Financiamento pela FAPES).