POTENCIAL PROGNÓSTICO DE CÉLULAS INFLAMATÓRIAS E PD-L1 SOLÚVEL EM CARCINOMA EPIDERMOIDE DE CABEÇA E PESCOÇO

Nome: CAMILA BATISTA DANIEL

Data de publicação: 16/04/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELDAMARIA DE VARGAS WOLFGRAMM DOS SANTOS Examinador Interno
ELISMAURO FRANCISCO DE MENDONÇA Examinador Externo
FLAVIA IMBROISI VALLE ERRERA Examinador Interno
LIDIA MARIA REBOLHO BATISTA ARANTES Examinador Externo
SANDRA LUCIA VENTORIN VON ZEIDLER Presidente

Resumo: A imunossupressão é reconhecida como uma das marcas registradas do câncer e tem sido associada a pior desfecho. No carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço (CECP), a imunossupressão é uma característica marcante do tumor e pode ser mediada por células inflamatórias imunossupressoras e pela ação de PD-L1. Dada sua participação neste processo, o presente estudo teve como objetivo descrever o impacto prognóstico de componentes inflamatórios no tecido tumoral e no sangue periférico de pacientes com CECP. Para tanto, conduziu-se um estudo retrospectivo multicêntrico utilizando amostras biológicas e dados clínicos de pacientes com diagnóstico de carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço recrutados em dois centros no Brasil e no Reino Unido e indivíduos saudáveis. Para análise do infiltrado inflamatório, foram utilizadas lâminas de tecido tumoral coradas em hematoxilina e eosina e imuno-histoquímica para análise de PD-L1 e quantificação de neutrófilos. Contagens absolutas de leucócitos foram recuperadas de hemogramas pré tratamento disponíveis em prontuários médicos. Para avaliar o valor prognóstico de PD-L1 em biópsia líquida, foram utilizadas amostras de soro e plasma obtidas de pacientes e indivíduos saudáveis para quantificação de PD-L1 solúvel (sPD-L1) por ELISA. Amostras de tecido tumoral fresco foram usadas para analisar os níveis de expressão gênica de CD274 pela técnica de RT-qPCR. Além disso, a expressão de PD-L1 por citometria de fluxo em linhagens celulares de CECP foi analisada e os níveis de sPD-L1 no sobrenadante do cultivo quantificados. A análise do microambiente tumoral mostrou que baixos níveis de linfócitos se associam a pior sobrevida global e sobrevida livre de doença, o que não foi observado em neutrófilos associados ao tumor e PD-L1 tumoral. Entretanto, quando analisados em conjunto em um sistema de pontuação, observou-se que baixos níveis de linfócitos, alta expressão de PD-L1 e alta infiltração de neutrófilos, se associam a pior desfecho. No sangue, a elevada razão de neutrófilos e linfócitos (RNL) também foi associada a pior sobrevida, porém não foi correlacionada com elementos do microambiente tumoral. Elevados níveis da proteína sPD-L1 foram associados à sobrevida global reduzida, porém não foi encontrada relação entre os níveis de sPD-L1 no sangue e a expressão de PD-L1 no tecido tumoral, determinada por imuno-histoquímica e por RT-qPCR. Em contraste, o estudo in vitro mostrou que os níveis de sPD-L1 liberados no sobrenadante são correlacionados com os níveis de expressão citoplasmática e membranar. Os dados mostraram ainda que os níveis de sPD-L1 em pacientes foram correlacionados positivamente com a quantidade de leucócitos, neutrófilos e monócitos no sangue periférico. Em conjunto, os resultados deste estudo ressaltam o potencial prognóstico de marcadores do microambiente tumoral analisados de maneira combinada, em sistema de pontuação, como forma de fornecer um panorama mais abrangente do comportamento tumoral, destacando eventos importantes, como a imunossupressão. Estes resultados também destacam o potencial prognóstico de PD-L1 detectado por biópsia líquida em CECP, porém evidencia que os níveis detectados no sangue não necessariamente correspondem ao que é observado no tumor. Desse modo, acredita se que deva ser analisado como um marcador independente cuja ação imunossupressora é realizada a nível sistêmico.

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