Análise do efeito biológico de nanopartículas de ouro reduzidas com extrato de Punica granatum L. sobre Escherichia coli ATCC 25922

Nome: LETICIA MIRANDA CESARIO

Data de publicação: 06/10/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARCO CESAR CUNEGUNDES GUIMARAES Orientador

Resumo: O aumento da resistência antimicrobiana tornou-se uma preocupação de saúde pública
crítica, necessitando de novas abordagens para o combate a patógenos. As nanopartículas
de ouro (AuNPs) são apontadas como promissoras na luta contra biofilmes patogênicos
devido às suas características físico-químicas únicas, que podem ser ajustadas para
propósitos específicos. No presente estudo, empregamos a síntese verde de AuNPs,
utilizando o extrato da casca da romã (Punica granatum L.) como agente redutor, devido às
suas propriedades antioxidantes e à não-toxicidade inerente ao método. Para a síntese das
AuNPs, foram empregadas duas técnicas: redução química por citrato de sódio e o método
de síntese verde utilizando o extrato de romã. As nanopartículas foram caracterizadas através
de técnicas espectroscópicas e de imagem, como UV-vis, espectrometria Raman,
espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), Espectrometria de
Massas com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS), Espalhamento Dinâmico de Luz
(DLS) e Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET). Os compostos fenólicos presentes no
extrato e nas AuNPs foram identificados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada
à espectrometria de massas (CLAE-EM). O sucesso da síntese das AuNPs foi inicialmente
confirmado pela coloração avermelhada do coloide resultante e pelo padrão de absorbância
nos espectros UV-Vis. As análises espectroscópicas mostraram a presença de diversos
compostos orgânicos na casca da romã, como aminoácidos, fenóis, taninos elágicos e ésteres
de ácido gálico e elágico, que participam na estabilização das AuNPs. A concentração de ouro
nas nanopartículas foi de 42,70 g/mL, enquanto a concentração de extrato de romã presente
nas nanopartículas foi de 380 g/mL. As AuNPs exibiram tamanho hidrodinâmico na faixa de
68,80 nm e um potencial zeta de -16,4 mV, indicando estabilidade em solução aquosa. O valor
do EC50 obtido através do ensaio de DPPH provou que o extrato de romã possui alta atividade
antioxidante, maior do que a do padrão Trolox. A avaliação da atividade antimicrobiana foi
realizada na cepa de Escherichia coli ATCC 25922. A maior concentração de nanopartículas
de ouro com extrato de romã (170,8 g/mL) exibiu efeito antimicrobiano, que, embora ínfimo,
causou deformações na membrana bacteriana. Em conclusão, o estudo descreve uma síntese
eco-friendly de nanopartículas de ouro utilizando extrato de romã, que exibiram um elevado
potencial antioxidante. Embora as AuNPs tenham mostrado propriedades antimicrobianas
limitadas, elas surgem como candidatas promissoras para aplicações biomédicas e
nanotecnológicas, exigindo estudos adicionais para aprimorar seu potencial como agentes
antibacterianos.

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