AVALIAÇÃO EPIGENÉTICA DO GENE BDNF E A RELAÇÃO COM A INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM USUÁRIOS DO SUS
Nome: THAIANY MARCELINO LUZ
Data de publicação: 15/08/2023
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA | Presidente |
LÍDIA MARIA REBOLHO BATISTA | Examinador Externo |
WAGNER MIRANDA BARBOSA | Examinador Externo |
Resumo: O medo ou a preocupação em prover nutricionalmente a si mesmo e aos seus familiares, são inerentes à condição de insegurança alimentar e nutricional (INSAN) vivenciada por uma parcela da população em vulnerabilidade social. A INSAN pode estabelecer-se como um fator de estresse crônico, desencadeando alterações no epigenoma de genes envolvidos na resposta ao estresse e ao desenvolvimento neurobiológico. Estudos recentes mostraram que o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), gene envolvido no neurodesenvolvimento, pode sofrer alterações epigenéticas, como a metilação do DNA, alterando sua expressão. Entretanto, são escassos os estudos sobre o efeito da INSAN associada ao estresse na metilação do gene BDNF. O objetivo deste estudo, foi analisar a relação entre INSAN e os níveis de metilação do gene BDNF em adultos. Para isso, realizou-se um estudo transversal, com 379 indivíduos entre 20 a 59 anos atendidos pela rede de atenção básica de saúde do SUS do município de Alegre – ES. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário de avaliação socioeconômica, saúde e estilo de vida, bem como avaliação antropométrica e de situação de insegurança alimentar e nutricional, por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O sangue foi coletado para extração do DNA genômico e posterior análise de metilação por
pirosequenciamento. A prevalência de INSAN foi de 41,7% na amostra analisada. De acordo com a regressão de Poisson, a maior prevalência de INSAN na amostra foi explicada pelo estresse (IRR=1,49) depressão (IRR=1,59), atividade de lazer (IRR=0,75), moradia (IRR=1,53), escolaridade (IRR=0,75), renda per capita (IRR=0,70) e saúde autorreferida (IRR=1,34). Análises de Modelo Linear Generalizado demonstraram que indivíduos em insegurança alimentar tinham maiores níveis de metilação quando comparados a indivíduos em segurança alimentar ( = 0,014; valor p=0,027). Esses resultados demonstram a importância de observar como um fator externo psicossocial, que relaciona-se com uma questão socioeconômica 14 pertinente, pode atuar e causar alterações a nível biológico em uma população vulnerável