CARACTERIZAÇÃO DO PADRÃO DE MUTAÇÕES DA OSTEOGÊNESES IMPERFEITA E AVALIAÇÃO IN VITRO DOS EFEITOS DE ANTIOXIDANTES RESVERATROL, ÁCIDO ASCÓRBICO E CURCUMINA EM CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS
Nome: MAIRA TRANCOZO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 03/02/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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FLAVIA DE PAULA (M/D) | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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AGNES LUMI NISHIMURA | Examinador Externo |
CARLOS MAGNO DA COSTA MARANDUBA | Examinador Externo |
DEBORA DUMMER MEIRA | Examinador Interno |
FLAVIA DE PAULA (M/D) | Orientador |
MARIA DO CARMO PIMENTEL BATITUCCI | Examinador Interno |
Resumo: A Osteogenesis Imperfecta (OI) é uma doença hereditária dos tecidos conjuntivos que contém colágeno em sua formação. Já foram relatados mais de 20 genes relacionados a OI nos últimos anos. A maioria dos casos ocorrem devido a mutações herdadas com padrão autossômico dominante nos genes COL1A1 ou COL1A2 que codificam as fibras da proteína de colágeno tipo I. Mutações em outros genes herdados com padrão recessivo também já foram descritos. A OI não tem cura, porém existem tratamentos que podem promover uma significativa melhora na qualidade de vida nos indivíduos afetados. Assim, este trabalho teve como objetivo caracterizar o padrão de mutações em genes relacionados com a OI em pacientes do estado do Espírito Santo e avaliar os efeitos in vitro de antioxidantes em células-tronco mesenquimais de pacientes. Para a análise molecular das mutações foram utilizadas as técnicas de sequenciamento de nova geração (NGS), sequenciamento de Sanger e/ou Triagem de mutações por polimorfismo conformacional de fita simples (SSCP). A avaliação do efeito de antioxidantes foi realizada em células-tronco mesenquimais por meio do tratamento das culturas com resveratrol, ácido ascórbico e curcumina e avaliação da viabilidade celular. As amostras desta pesquisa foram obtidas de pacientes atendidos no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória de Vitória/ES. Para análise da caracterização de mutações foram estudados os genes COL1A1, COL1A2, P3H1, CRTAP, PPIB, SERPINH1, SERPINF1, FKBP10, SP7, WNT1 e IFITM5 em 29 pacientes. Como esperado, a maioria dos indivíduos (23/29) apresentou mutações em COL1A1 ou COL1A2. Aproximadamente 10% dos pacientes (3/29) eram portadores de mutações no gene FKBP10. Foi identificado um paciente portador de uma mutação no gene IFITM5 e outro paciente portador de mutações no gene P3H1. Os resultados sugerem que o estudo destes cinco genes é capaz de identificar 95% das mutações em pacientes brasileiros com OI. Os resultados de avaliação da proliferação celular nas culturas de células-tronco mesenquimais sugerem que a exposição a curcumina provoca comprometimento da viabilidade celular em quase 80%, o que indica que este composto provoca morte celular em cultura. Por outro lado, foi observado aumento da proliferação celular em células tratadas com resveratrol e ao ácido ascórbico. Este resultado sugere que os compostos Resveratrol, Ácido ascórbico são potenciais alvos no tratamento de doenças e poderiam ser investigados quanto a sua potencialidade na melhora da mineralização ossea. Os resultados desta pesquisa podem ajudar no planejamento de estratégias mais eficientes de diagnóstico molecular, bem como, na identificação de novos compostos em potencial para o tratamento da OI, contribuindo, no futuro, com o aconselhamento genético e melhora da qualidade de vida dos pacientes.