ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E HÁBITO TABAGISTA NA METILAÇ ÃO DO GENE BDNF
Nome: BÁRBARA RISSE QUAIOTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 07/07/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA | Orientador |
ANDRE WILLIAN HOLLAIS | Examinador Interno |
LIDIA MARIA REBOLHO BATISTA ARANTES | Examinador Externo |
Resumo: QUAIOTO, B.R. Análise da relação entre depressão e hábito tabagista na metilação do gene BDNF. 2021. 99f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, UFES, Espírito Santo. Brasil.
A depressão é uma das doenças mais comuns dentre as causas de incapacidade global, com milhões de pessoas afetadas. É uma doença heterogênea e complexa, que envolve diversos fatores de risco. Embora não exista uma teoria única para explicar o seu desenvolvimento, estudos sugerem uma relação com menores níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Nesse sentido, a metilação do gene BDNF, influenciada por fatores ambientais, pode estar envolvida. Sabe-se que indivíduos com depressão são frequentemente fumantes e já foi demonstrada alterações nos níveis protéicos de BDNF em virtude do uso de tabaco. Porém, a investigação do efeito do tabaco na metilação do gene BDNF ainda não foi investigada. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre depressão e hábito tabagista em relação aos níveis de metilação do gene BDNF. Para tanto, realizou-se um estudo transversal, com indivíduos atendidos pela rede de atenção básica de saúde do SUS do município de Alegre ES. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário de avaliação socioeconômica, saúde e estilo de vida, bem como avaliação antropométrica e de depressão, por meio do Inventário de Depressão de Beck II (BDI-II). Além disso, o sangue foi coletado para extração do DNA genômico e posterior análise de metilação. De acordo com a regressão de Poisson, a maior prevalência de depressão na amostra foi explicada pelo gênero feminino, não ter vínculo matrimonial, falta de atividade de lazer, ter hábito tabagista e a metilação do BDNF. Análises de Mann-Whitney e Modelo Linear Generalizado mostraram que pacientes depressivos tinham maiores níveis de metilação, assim como pacientes sem o hábito tabagista. Conforme demonstrado pelo teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo post-hoc de Dunn, o hábito tabagista reduz os níveis de metilação do BDNF em indivíduos depressivos, mas não em indivíduos não depressivos. Estes resultados proporcionam suporte para políticas de prevenção à depressão. Além disso, os dados contribuem para a compreensão da fisiopatologia e diagnóstico moleculares da depressão, envolvendo o gene BDNF. Adicionalmente, os resultados expõem a necessidade de se avaliar a influência do hábito tabagista em estudos sobre alterações epigenéticas na depressão.
Palavras-chave: Epigenética. Éxon IV. Pirosequenciamento. BDI-II. Tabaco.