POLIMORFISMO de Cyp2c9: Estudo da Relação do Uso de Agrotóxicos Com o Desenvolvimento de Doenças em Agricultores do Espírito Santo

Nome: VICTOR NOGUEIRA DA GAMA KOHLS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/02/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
IURI DRUMOND LOURO (M/D) Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA MADEIRA ALVARES DA SILVA Examinador Interno
DEBORA DUMMER MEIRA Coorientador
IURI DRUMOND LOURO (M/D) Orientador
JAMILA ALESSANDRA PERINI MACHADO Examinador Externo

Resumo: O Brasil é o líder do ranking mundial em consumo de agrotóxicos. O uso indiscriminado de agrotóxicos associado à falta de informação técnica sobre o uso do mesmo e dos equipamentos de proteção individual (EPI), podem colocar em risco a saúde tanto do agricultor como das pessoas que não estão em contato direto com a lavoura, como familiares e até mesmo consumidor final do produto agrícola. A superfamília Citocromo P450 (CYP) tem sido o foco da maioria das pesquisas farmacogenéticas recentes e, nesse contexto, o gene CYP2C9 se destaca por codificar a enzima CYP2C9, extremamente importante para a metabolização de diversas substâncias endógenas e xenobióticos específicos. Dentre os principais xenobióticos sob investigação na atualidade estão os agrotóxicos (e potenciais causadores de doenças em humanos). Seu uso indiscriminado associado à falta de informação técnica acerca do manuseio seguro e da utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) pode colocar em risco a saúde do agricultor. Com base nesta hipótese, delimitou-se como objetivo geral deste trabalho verificar o risco do uso dos agrotóxicos para o desenvolvimento de doenças e sua correlação com dois importantes polimorfismos de CYP2C9 em lavradores residentes na região Sul do estado do Espírito Santo, Brasil. Para este fim, determinou-se a frequência alélica de CYP2C9*1 (alelo selvagem), CYP2C9*2 (rs1799853) e CYP2C9*3 (rs1057910) em 304 amostras de sangue periférico de indivíduos expostos ou não expostos aos agrotóxicos por meio da técnica de PCR em tempo real. Os dados de frequência alélica obtidos nesta pesquisa foram semelhantes aos de outros três estudos brasileiros, tendo os alelos *1 e *3 figurado como os de maior e menor ocorrência, respectivamente. Os diferentes genótipos de CYP2C9 foram divididos em classes de acordo com a capacidade de metabolização da referida enzima: normal ou “A” (*1/*1), intermediária ou “B” (*1/*2, *1/*3) e lenta ou “C” (*2/*2, *2/*3 e *3/*3). Foram encontradas associações significativas entre os genótipos de CYP2C9 e o surgimento de doenças/sintomas somente em agricultores que utilizaram agrotóxicos. Surpreendentemente, os resultados obtidos demonstraram que os metabolizadores normais são mais suscetíveis ao desenvolvimento de alguma doença/sintoma em relação aos indivíduos metabolizadores “B” e “C”. Ainda nos metabolizadores “A”, notou-se uma correlação com alterações na pressão arterial, doenças cardiovasculares e doenças renais, ao passo que para os metabolizadores intermediários foi observada uma associação com o surgimento de déficit de atenção e abortamentos. Nenhum resultado estatisticamente significante foi verificado para os metabolizadores lentos. Nossos resultados indicam que os agricultores do sul do estado do Espírito Santo que utilizaram agrotóxicos desenvolveram/apresentaram alterações na pressão arterial, doenças cardiovasculares e renais, além de aborto e déficit de atenção, de maneira dependente e correlacionada ao genótipo de CYP2C9 que possuem.

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