IMPACTOS Socioeconômicos da Infecção do Pé Diabético
Nome: BIL RANDERSON BASSETTI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/05/2018
Orientador:
Nome | Papel |
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RICARDO PINTO SCHUENCK | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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FLAVIA DE PAULA (M/D) | Examinador Interno |
MAURO JOSÉ COSTA SALLES | Examinador Externo |
RICARDO PINTO SCHUENCK | Orientador |
Resumo: Diabetes mellitus (DM) é uma doença grave, progressiva e, muitas vezes,
negligenciada. A infecção do pé diabético (IPD) é uma das principais e mais complexas complicações observadas em pacientes com DM. O objetivo deste estudo foi avaliar os impactos socioeconômicos do tratamento dos pacientes e descrever os microrganismos causadores das infecções do pé diabético em um serviço terciário de referência do Estado do Espírito Santo. Trata-se de uma coorte retrospectiva com base na análise de prontuários quanto a condutas específicas
(amputações, terapia antimicrobiana) e custos quanto aos componentes: internação, material e medicamentos, antibioticoterapia, sala cirúrgica e procedimentos. Também foram avaliados qualidade de vida, retorno as atividades diárias e laborativas e aposentadoria. Os dados foram distribuídos de acordo com a classificação de PEDIS (perfusion, extension, deep, infection, sensibility) na admissão dos pacientes para permitir uma comparação entre aqueles pacientes
classificados como PEDIS 2, 3 ou 4. Dos 46 pacientes arrolados no estudo, 24% foram classificados como PEDIS 2, 39% como PEDIS 3 e 37% como PEDIS 4. Foi observado um aumento de pelo menos seis vezes no custo do manejo dos pacientes classificados como 3 (R$ 34.610,66) PEDIS 4 (R$ 48.416,71) em relação àqueles classificados como PEDIS 2 (R$ 5.361,94). Dentre os componentes avaliados, os gastos atribuídos ao componente internação de maior peso, com 52,2% do total,
seguido por sala cirúrgica (20,3%) e materiais e medicamentos (13,9%). Há uma elevada taxa de amputações já na primeira internação, de 56%, sendo 61% delas menores. Vinte e dois pacientes foram reinternados, a maioria (63%) de forma precoce para cirurgia plástica, entretanto 31% retornaram ao hospital para sofrer amputações maiores. Após o tratamento cirúrgico, 15% foram aposentados e passaram a receber benefício do Governo. Segundo declaração dos próprios pacientes, 59% tornaram-se total ou parcialmente dependentes para a execução de
atividades básicas diárias após amputação. Dessa forma podemos destacar um aumento no custo econômico e social na condução de casos mais graves (PEDIS 3 e 4) em relação àqueles menos complexo, como o PEDIS 2.