O Estudo da Pde7 Como Novo Alvo Terapêutico em Potencial no Câncer de Ovário

Nome: NAYARA GUSMÃO TESSAROLLO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 20/07/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LETICIA BATISTA AZEVEDO RANGEL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
IAN VICTOR SILVA Examinador Interno
JULIANA BARBOSA COITINHO GONCALVES Examinador Externo
LETICIA BATISTA AZEVEDO RANGEL Orientador
RITA GOMES WANDERLEY PIRES Examinador Externo
SANDRA LÚCIA VENTORIN VON ZEIDLER Examinador Interno

Resumo: O câncer de ovário (CAOV) configura a principal causa de morte entre os tumores ginecológicos. Apesar dos avanços significativos nas pesquisas a respeito deste tumor, o tratamento do CAOV ainda enfrenta importantes desafios, dentre eles a quimiorresistência. Dentre os potenciais alvos no tratamento do CAOV, destaca-se a fosfodiesterase 7-A (PDE7-A). Esta enzima tem como função a degradação de monofosfato de adenosina cíclico para monofosfato de adenosina. Neste contexto, este trabalho apresenta como objetivo geral investigar o papel e os possíveis mecanismos de ação da PDE7 no carcinoma ovariano. Dados prévios de RNA-seq mostraram maior expressão da enzima PDE7-A em carcinoma ovariano seroso comparado à tuba de falópio. À luz do exposto, ensaios de viabilidade celular metabólica (VCM) foram conduzidos em duas linhagens de CAOV, A2780 e OVCAR3, utilizando o inibidor seletivo da isoforma da PDE7, denominado BRL50481, em monoterapia e em associação aos quimioterápicos cisplatina (CISP) e paclitaxel (PTX). Nossos resultados mostraram que o uso do inibidor BRL50481, em monoterapia, reduziu a VCM das células A2780 em torno de 60% de modo dosedependente no tempo de tratamento de 48h. Embora o tratamento com BRL50481 em monoterapia na linhagem OVCAR3 não tenha alterado a VCM, sua associação à CISP promoveu redução da VCM na referida linhagem em 48h de tratamento. Já a associação de BRL50481 e PTX promoveu inibição da VCM em ambas as linhagens analisadas. Observou-se ainda um aumento na potência de PTX na politerapia, aspecto verificado com a diminuição da IC50 do mesmo em relação à monoterapia.
Verificou-se ainda a cronologia do tratamento na sobrevivência celular. Assim, o prétratamento da linhagem A2780 com 200 μM de BRL50481, seguido do tratamento associado de BRL50481 e PTX proporcionou redução na VCM em torno de 70% comparado ao tratamento com PTX em monoterapia. Para OVCAR3, o prétratamento com 400 μM de BRL50481 proporcionou uma redução da VCM em torno de 20%. Dessa forma, nossos dados mostraram o efeito benéfico da associação entre o inibidor de PDE7 e PTX, o que possibilitou uma redução da concentração de
PTX utilizada nas linhagens A2780 e OVCAR3 em cerca de 82,7x108 e 80,4x103 vezes, respectivamente. Ademais, investigou-se os possíveis mecanismos de ação envolvidos na inibição da PDE7. Foi observado que a inibição de PDE7 não afeta a progressão do ciclo celular. Ainda, a combinação de BRL50481 e PTX promoveu o aumento da necrose celular em OVCAR3. Além disso, o pré-tratamento da OVCAR3 com BRL50481 modulou a expressão gênica das citocinas IL-6, IL-1α e IL-1β, bem
como aumentou a secreção de IL-6. A combinação de BRL50481 e PTX ainda modulou negativamente a via de sinalização celular PI3K/AKT/mTOR em ambas as linhagens estudadas. Adicionalmente, o pré-tratamento da A2780 aumentou a expressão da proteína pró-apoptótica Bax. Verificou-se ainda que a morte celular pode estar relacionada à indução de autofagia nos dois modelos de estudo. Também foi observado que a expressão de CLDN-16 é modulada pelas vias de PKC, PI3K/AKT e PKA e, inibindo PDE7, observou-se uma maior expressão de CLDN-16. Análises de imunohistoquímica revelaram que 80% dos casos analisados superexpressam esta proteína. Interessantemente, trata-se de uma expressão anômala posto que, todos os casos que apresentam expressão da CLDN-16, a mesma encontra-se restrita ao citoplasma das células. Estes estudos contribuíram para o melhor entendimento dos mecanismos envolvidos na proliferação celular do CAOV, possibilitando a exploração de novas estratégias terapêuticas.

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