Estudo dos aspectos moleculares associados ao envelhecimento humano

Resumo: O envelhecimento é um processo natural que ocorre em quase todos os seres
vivos. Desta forma, nós, seres humanos, também percorremos a inexorável
estrada da senescência. Atualmente, decorrente de uma miríade de fatores –
sejam eles sociais ou ambientais mas, sobretudo, científico tecnológicos - a
humanidade apresenta uma tendência a comportar um número crescente de
idosos. Este fato está intimamente associado a um progressivo aumento na
expectativa de vida alcançada pelo homem nos últimos séculos. Neste
contexto, cumpre também ressaltar que o percentual mundial de idosos não é
geograficamente homogêneo, variando conforme com o continente, o país ou
mesmo a região de uma mesma nação estudada. Tal observação corrobora
que, primordialmente, às questões políticas e sociais que alicerçam condições
primas para sobrevivência de indivíduos jovens saudáveis é fundamental para
o achatamento do vértice da pirâmide etária observada em alguns países do
mundo. Podemos citar, por exemplo, que países como o Reino Unido, o Japão
e a Suécia já apresentam um número de pessoas acima de 65 anos de idade
(classificados como idosos) superior a 15% de suas respectivas populações.
No caso do Brasil, em particular, estima-se que a proporção de idosos saltará
de 5,1% da população (dados de 2000 – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística; IBGE www.ibge.gov.br) para 14,2% dos brasileiros em 2050.
Concretizando-se estas estimativas, somada ao crescimento (também
estimado pelo próprio IBGE) de nossa população até 2050 descortina-se que o
Brasil pode apresentar um contingente de idosos de quase 50 milhões na
metade do século, que em números absolutos será maior que a população de
vários outros países. Não obstante o crescimento da população idosa per se
representar um agravo econômico direto ao Estado brasileiro é sabido também
que, intimamente associadas ao envelhecimento, encontram-se uma série de
doenças crônico-degenerativas (também chamadas de Doenças Associadas ao
Envelhecimento ou DAEs), como o câncer, algumas doenças
neurodegenerativas – como as doenças de Alzheimer e de Parkinson – as
enfermidades associadas ao sistema cardiovascular (tais como a hipertensão
arterial e a ateroesclerose que, por sua vez, resultam em doenças de altíssima
morbimortalidade como o infarto agudo do miocárdio (IAM), o acidente vascular
cerebral (AVC), a insuficiência renal e a trombose venosa (TV). Não podemos
também esquecer que doenças metabólicas como o diabetes, a obesidade e a
osteoporose afligem hoje um número crescente de idosos mundialmente.
Cumpre ressaltar que além das altas taxas de mortalidade das DAEs, todas
estas aflições apresentam longos e difíceis tratamentos medicamentos que não
impedem numa substancial perda de qualidade de vida pelos doentes. Estes
fatos, conjuntamente, produzem um ônus elevado ao Sistema Único de Saúde
(SUS) e aumentam o cenário do déficit Previdenciário brasileiro - devido às
aposentadorias precoces acarretadas. Portanto, pode-se concluir que o melhor
conhecimento dos fatores intrínsecos (sejam eles ontogenéticos e/ou
epigenéticos) à senescência pode levar a várias aplicações na busca de novas
estratégias que levem a um aumento da expectativa de vida, mas de melhor
qualidade e saúde dos seres humanos, fato de suma importância para a Saúde
Pública brasileira no futuro a próximo. O presente projeto, então, almeja a
captação de recursos a ser utilizado em Pesquisa Multidisciplinar em
Envelhecimento, na formação de recursos humanos (nível Doutorado e
Mestrado)e na produção de artigos científicos – com fortes chances de
aplicações clínicas e tecnológicas - pelo Laboratório de Biologia Celular do
Envelhecimento (LBCE) e seus colaboradores. O LBCE apresenta linhas de
pesquisa que abordam importantes DAEs, como o câncer de ovário e de
mama, a insuficiência renal, o Mal de Alzheimer, a obesidade e a osteoporose.
Em particular, nosso grupo de pesquisa enfoca o ENVELHECIMENTO DA
MULHER, enfatizando majoritariamente a associação da MENOPAUSA com a
repentina incidência das DAEs. Recentemente, a TERAPIA DE REPOSIÇÃO
HORMONAL (TRH) – que até então configurava a melhor estratégia
terapêutica para contornar estas enfermidades – foi abolida dos EUA devido à
observação que esta terapia AUMENTAVA CONSIDERAVELMENTE A
INCIDÊNCIA DOS CÂNCERES DE MAMA, ÚTERO E OVÁRIO em mulheres
susceptíveis. Esta ação promoveu uma corrida das INDÚSTRIAS
FARMACÊUTICAS no desenvolvimento de novos medicamentos para as
diversas DAEs que afligem as mulheres após a menopausa. Neste ínterim, o
LBCE procura hoje estuda BIOMARCADORES DIAGNÓSTICOS,
PROGNÓSTICOS ALÉM DE POSSÍVEIS NOVOS ALVOS TERAPÊUTICO
para estas DAEs – com maiores esforços devotados aos RECEPTORES DE
ESTROGÊNIO ALFA E BETA (REα e REβ) E NA APOE. Para tanto,
transitamos ao longo de algumas abordagens metodológicas realizando nossos
estudos em ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS EM MODELOS IN VITRO (CULTURA
DE CÉLULAS) E IN VIVO (PACIENTES VOLUNTÁRIOS E MODELOS
ANIMAIS), com o objetivo de recolher o máximo de informações para que, no
futuro próximo, possamos APLICAR ESTES CONHECIMENTOS à população
feminina nas terceira e quarta idade. Ao longo destes cinco anos de funcionamento, o nosso grupo de pesquisa promoveu alguns avanços no conhecimento das DAEs que afligem a mulher idosa, destacando-se: 1) A identificação de dois (2) BIOMARCADORES ASSOCIADOS AO RISCO ELEVADO DO CÂNCER DE OVÁRIO, que resultaram já e três (3) artigos científicos (publicados e/ou aceitos) e um (1) pedido de patente em andamento; 2) A identificação de ELEMENTOS GENÉTICOS presentes no REα que levam a fenótipos diferentes apresentados por mulheres osteoporóticas, caracterizando um passo importante para a consolidação DA MEDICINA INDIVIDUALIZADA, no Brasil além de ter derivado dois (2) artigos científicos em fase de publicação, 3) A associação inédita de novos ELEMENTOS POLIMÓRFICOS no REα que ELEVAM O RISCO ASSOCIADO À OBSESIDADE na menopausa, resultando num artigo já submetido; 4) A elucidação das vias interativas entra o ESTROGÊNIO E DA APOE, na fisiopatologia do Mal de Alzheimer. Para tanto, o LBCE conta com uma série de colaborações com outros grupos de pesquisa brasileiros (destacando-se aqueles da própria UFES, da UFRJ, da UFPI e da UFSCar), estrangeiros (destacando-se o National Institute of Aging e a University of Texas at San Antonio, nos EUA e a Universidad La Sabana, na Colômbia) e iniciativa privada (em destaque com o CEDOES e o INSTOMMASI, no ES).

Data de início: 20/09/2010
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Vice-Coordenador LETICIA BATISTA AZEVEDO RANGEL
Acesso à informação
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