PROJETO INTEGRADO EDITAL CNPQ - MCT 16/2008 - Integração UFES-UFV para a consolidação da Pós-Graduação em Biologia Vegetal e criação do curso de doutorado no Estado do Espírito Santo

Resumo: Consolidação do curso de mestrado e a criação de um curso de doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal (Fisiologia Vegetal) da UFES, com uma única linha de pesquisa integradora \"Fisiologia de Frutíferas\". As estratégias consideradas importantes para o atendimento de tal objetivo são (a) a melhoria da infra-estrutura laboratorial, com incremento na qualidade da obtenção de dados, e (b) melhoria da produção científica, com o desenvolvimento de projetos integradores. Desta maneira, a equipe do PPGBV/UFES terá condições de, em dois anos, submeter o projeto para a implantação do curso de doutorado na área de concentração em Fisiologia Vegetal no Estado do Espírito Santo. A melhoria de infra-estrutura laboratorial para obtenção de dados relevantes e inéditos, o envolvimento dos estudantes do PPGBV/UFES em projetos integradores com o PPGFV/UFV e as potencialidades e experiência dos pesquisadores da UFV se somam, garantindo uma maior interdisciplinaridade no âmbito do PPGBV/UFES, melhorando a produção científica do grupo que, conseqüentemente, servirá como impulsionador para o alcance do objetivo geral do projeto.
A inserção regional de um programa de Pós-Graduação deve ser vista sob a ótica da demanda presente e da perspectiva de transformação do cenário técnico-científico, em função das tendências sócio-econômicas e ambientais da região. Esta demanda se manifesta nas áreas de ensino superior, pesquisa científica, consultoria técnica e manejo de áreas agrícolas.
O Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal iniciou-se em 2002, agregando docentes das áreas de Botânica, Genética e Bioquímica, no intuito de iniciar um processo de formação de recursos humanos na sub-área Fisiologia Vegetal. Desde então, mais de 40 mestres já foram titulados, com abordagens voltadas para Ecofisiologia Vegetal, Fisiologia Molecular e Meio Ambiente. Desses ex-alunos, 20% já ingressaram em programas de doutorado do sul e sudeste do país, 25% estão trabalhando em órgãos públicos estaduais ou federais (IBAMA, INCAPER, SEAMA, IEMA, etc.), e cerca de 15% estão lecionando em universidades/faculdades do Estado, o que representa 60% dos egressos do Programa.
A implantação de grandes projetos industriais no Espírito Santo e adjacências, que se acelerou nos últimos 20 anos, somada à expansão agropecuária, provocaram a busca do melhoramento de plantas cultivadas e estudos do manejo de solos, especialmente no norte do ES, onde está sendo implantado um pólo de fruticultura.
Diante do panorama atual, há forte apelo para implementação de curso em nível de doutorado, que auxilie no incremento de pesquisas nestas linhas que compõem a área de concentração em Fisiologia Vegetal e o atendimento da demanda do mercado regional. Esse apelo tem se mostrado freqüente nas discussões com os alunos e profissionais de nosso Estado, o que torna de suma importância todos os esforços para consolidar o PPGBV, como um programa de referência em qualidade na região, tanto do ponto de vista de desenvolvimento de novas tecnologias para o Estado, quanto da inserção de profissionais com uma formação mais completa.
O PPGBV/UFES abrange em sua área de influência, não somente o Estado do Espírito Santo, mas também o sul da Bahia, norte do Rio do Janeiro e leste de Minas Gerais. Atualmente, a UFES conta com apenas sete programas de doutorado (Educação, Psicologia, Física, Engenharia Elétrica, Biologia Animal e Ciências Fisiológicas), que não atendem às demandas na área de Biologia Vegetal, o que determina uma lacuna cada vez mais evidente nessa unidade federativa do país, no que se refere à formação de pesquisadores para atuar nas empresas e instituições do Espírito Santo, de seus Estados vizinhos e até mesmo em outros pontos de país.
Em função disso, um crescente número de profissionais graduados migram para os centros urbanos em busca de cursos de mestrado e doutorado. Alguns procuram centros universitários próximos ao Espírito Santo, como a Universidade Federal de Viçosa, a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Muitos, impossibilitados de se deslocarem para outros estados, acabam perdendo a oportunidade de alcançar uma qualificação melhor e, conseqüentemente, perdem boas oportunidades de trabalho.
É destacada a carência de profissionais para atuar em órgãos governamentais do ES, tais como Secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente, empresas públicas, como o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (INCAPER) e mesmo em empresas privadas localizadas na região de inserção do PPGBV. Esta insuficiência se intensificará à medida que o Estado do Espírito Santo sofrer uma nova transformação sócio-econômica significativa, prevista em função da exploração do petróleo e das atividades a ela associadas.
A Universidade Federal do Espírito Santo tem demonstrado seu apoio para a consolidação do PPGBV-UFES, por meio de ações que visam a melhoria da infra-estrutura física do prédio do Departamento de Ciências Biológicas, em construção no campus de universitário estimado em 1.200.000,00 reais, obra que fornecerá ambientes mais adequados para o desenvolvimento das nossas pesquisas, além da futura instalação de um prédio destinado às secretarias e salas de aula dos programas de pós-graduação do Centro de Ciências Humanas e Naturais, incluindo o PPGBV/UFES.
O Espírito Santo tem crescido mais do que a média nacional, o que envolve empreendimentos em diversos setores econômicos. O investimento e crescimento na produção agropecuária vem se intensificando nessa década. Consequentemente há um aumento na procura por pesquisadores e técnicos habilitados em desenvolver estudos sobre a fisiologia de frutíferas visando solucionar problemas fisiológicos como o controle do amadurecimento dos frutos climatérios de mamão Papaya, melhoramento genético do abacaxi que resultou, recentemente, no lançamento de uma variedade resistente à fusariose. Técnicas de manejo de solo e a análise das variáveis ambientais no crescimento, produção e qualidade de frutos, também são desejáveis e de grande interesse dos fisiologistas.
Além disso, a procura por pós-graduados para atuarem no ensino superior aumentou significativamente nos últimos anos no Estado do Espírito Santo. Em 2000, além da UFES, menos de cinco cursos de Ciências Biológicas eram oferecidos no estado. Recentemente, existem mais de 15 faculdades ou instituições novas de ensino superior que, freqüentemente, tem contratado mestres formados no PPGBV-UFES como professores qualificados na área de Biologia Vegetal com ênfase à Fisiologia Vegetal.
A procura por essa área se reflete no número de inscritos nos vestibulares recentes para o curso de Ciências Biológicas da UFES, numa relação de 15 inscritos por vaga, perdendo somente para cinco dos 52 cursos oferecidos e revelando a importante participação do Curso de Ciências Biológicas da UFES na formação de recursos humanos no estado.
Dessa forma, o potencial de formação de mestres e doutores no Estado do Espírito Santo vem ao encontro de uma estratégia dos órgãos de apoio na descentralização dos centros formadores de recursos humanos, hoje concentrados nos demais estados da região sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O Estado é privilegiado por sua posição, incorporando, ao sul, aproximadamente o final de uma rica cadeia de penedos e morros da Serra do Mar, que adentram o ES a partir do estado do Rio de Janeiro. Ao norte do Rio Doce, exibe então extensas áreas planas de pastagem, produção de fruticultura e monoculturas perenes como o café, pimenta-do-reino e coco. Panorama similar verifica-se no sul do ES com clima mais ameno onde tem sido foco de projetos agrícolas incentivados pelo Governo Estadual. A região montanhosa se destaca pela produção de morangos e, recentemente, produção de floricultura.
Contudo, a necessidade da investigação científica para verificar o efeito de manejo de solos, das relações hídricas, nutricionais e da salinidade de cultivares agrícolas como frutíferas ainda é incipiente. O estudo desta possibilidade, contudo, depende de ampla avaliação científica, e por isso mesmo só pode ser executada por uma equipe bem definida, compromissada localmente e com dedicação em longo prazo, ou seja, características típicas de um curso de doutorado.

Data de início: 02/01/2009
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado ANNY CAROLYNE DA LUZ GROLA
Coordenador MARIA DO CARMO PIMENTEL BATITUCCI
Pesquisador DIOLINA MOURA SILVA
Pesquisador VALÉRIA DE OLIVEIRA FERNANDES
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