INFECÇÃO Por Papilomavírus Humano e Expressão Das
proteínas P16 e Egfr Como Biomarcadores De
prognóstico em Carcinoma Epidermoide Oral E
orofaríngeo

Nome: PRISCILA MARINHO DE ABREU
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/03/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SANDRA LÚCIA VENTORIN VON ZEIDLER Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FLAVIA DE PAULA (M/D) Examinador Interno
GREICIANE GABURRO PANETO Examinador Interno
JOSÉ ROBERTO VASCONCELOS DE PODESTÁ Examinador Externo
REJANE FARIA RIBEIRO ROTTA Examinador Externo
SANDRA LÚCIA VENTORIN VON ZEIDLER Orientador

Resumo: O carcinoma epidermoide (CE) oral e orofaríngeo tem como principais fatores de
risco o consumo de tabaco, álcool e a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV).
Estudos indicam que pacientes HPV-positivos apresentam resultados mais
favoráveis em relação à sobrevida e à resposta ao tratamento radioquimioterápico.
Em orofaringe, as diretrizes mundiais para a identificação e tratamento do câncer
preconizam que a proteína p16 é um importante indicador prognóstico, uma forma
indireta de se avaliar a infecção por HPV. Mas, estudos mostram que não há uma
relação absoluta entre a expressão da proteína e a presença do vírus. Ainda,
estudos indicam relação entre tumores HPV-negativos e a alta expressão do
Receptor do Fator de Crescimento Epidermal (EGFR), altamente expresso em CE
oral e orofaríngeo e já utilizado como alvo para imunoterapia. O objetivo deste
estudo foi avaliar a aplicabilidade dos biomarcadores HR-HPV (do inglês High Risk –
Human Papillomavirus), EGFR e p16 como indicadores de prognóstico e da resposta
ao tratamento em CE oral e orofaríngeo. A presença de p16 e EGFR foi realizada
por imuno-detecção em lâminas de microarranjos teciduais (TMA, do inglês Tissue
Microarray) contendo amostras tumorais de epitélio adjacente ao tumor, tecido
displásico e tecido tumoral. A detecção do DNA do HPV foi realizada através de
Polymerase Chain Reaction (PCR). A detecção do RNAm E6/E7 do HPV foi
realizada através da Hibridização in situ utilizando sondas de RNA (ISH-RNA). A
imuno-expressão de p16, EGFR e o status HPV foram associados às variáveis
clínico-patológicas e fatores de risco. Curvas de Sobrevida Global (SG) e Sobrevida
Livre de doença (SLD) foram obtidas pelo método de Kaplan–Meier. Elevada
expressão de EGFR esteve relacionada com o maior tamanho do tumor em CE oral.
A frequência de HPV encontrada em CE oral e orofaríngeo empregando PCR foi
2,25%. Com a técnica ISH-RNA, observou-se frequência de 8,08% em CE oral e
10% em CE orofaríngeo. Foi encontrada relação entre p16 e a presença de RNAm
E6/E7 em CE oral (p=0,046), mas não em CE orofaríngeo. Observou-se correlação
crescente e significativa entre p16 e HPV (p=0,007), porém foi detectada uma
correlação fraca entre as duas variáveis (rs=0,239). Embora a presença de HPV,
detectado por ISH-RNA, não tenha impactado diretamente na SG ou SLD, observouse que todos os pacientes HPV-positivos se enquadraram no grupo de baixo risco,
os quais tiveram as maiores taxas de SG (p=0,028). Em conclusão, p16 e EGFR
podem não ser bons biomarcadores de prognóstico ou progressão. No entanto, a
expressão de p16 pode ser utilizada como uma importante ferramenta para
rastreamento na rotina clínica. ISH-RNA parece ter maior sensibilidade que a PCR
convencional e a correlação fraca entre a expressão de p16 e a detecção de RNAm
E6/E7 HPV por ISH leva a concluir que utilizar a expressão do p16 isoladamente
pode não ser a melhor opção para prever a infecção por HPV. A baixa frequência
de HPV observada pode indicar que a cavidade oral é um sítio anatômico incomum
para o HPV, não sendo determinante para o carcinogênese oral e que HPV ainda
não é fator causal predominante para a carcinogênese em orofaringe, como é em
outros países, prevalecendo os hábitos tabagistas e etilistas.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105